Um movimento crescente no cenário atual, a “igreja digital” – que oferece pela internet o mesmo tipo de acesso aos cultos que na vida real – é visto com desconfiança por estudiosos. Contudo, de acordo com o “Estado da Igreja Online“, levantamento liderado pelo pastor Jay Kranda, da Igreja de Saddleback, 59% das igrejas tiveram crescimento físico desde o lançamento de um ministério online.
Realizado no ano passado, em parceria com a Vanderbloemen e a Pushpay, o estudo reuniu dados de 176 líderes de igrejas online e digitais. Kranda diz que as evidências são claras e ele espera que o estudo dê fim à ideia que uma igreja online não consiga trazer pessoas a Cristo; que possa competir com a igreja local ou mesmo prejudicá-la.
Setenta e cinco por cento dos líderes de igrejas digitais relataram que as pessoas primeiro acompanhavam os serviços online para depois aparecer pessoalmente no templo. No geral, 58% disseram concordar que o ministério online é útil para a igreja. Trinta e oito por cento viram inclusive um aumento nas doações desde o início do seu ministério online. Apenas 15% disseram não ter certeza do impacto produzido.
O conceito de “igreja digital” é amplo. Enquanto a maioria faz streaming ao vivo dos cultos, 52% dos entrevistados disseram que a programação completa (mensagem e adoração) é mais acessada em outro momento. Já 47% optaram em disponibilizar apenas as mensagens nos arquivos.
Mas existem outros aspectos a serem considerados. A maioria delas (81%) também oferece pedidos de orações online. Setenta e dois por cento dão a opção de ofertar, 58% oferecem cuidados pastorais, 54% oferecem oportunidades de serviço e 25% oferecem pequenos grupos.
“Deus está fazendo coisas incríveis através de diferentes tecnologias”
Desde 2012 Kranda tem cuidado do ministério online da Saddleback, megaigreja em Lake Forest, Califórnia, liderada por Rick Warren. Ele explica que o foco principal é envolver aqueles que participam virtualmente e, eventualmente, inseri-los em uma igreja local ou em pequenos grupos.
“Não queremos reunir uma multidão” do outro lado da tela, explica. Ele diz que o estudo comprova que também está fomentando a comunidade. Ele supervisiona 900 grupos online e 1.300 grupos domésticos, alcançando quase 20 mil pessoas.
Por isso, se descreve como “um pastor de pequenos grupos com um espaço online para conectar as pessoas”.
“Ajudei pessoas a iniciar pequenos grupos online com membros da família em diferentes estados usando softwares de videoconferência, como o Zoom e o Skype… Já viajei a lugares para batizar pessoas em banheiras e treinei pela internet discípulos em diferentes continentes. Deus está fazendo coisas incríveis através de diferentes tecnologias”, disse Kranda ao apresentar o estudo.
Uma das conclusões do estudo é que as igrejas digitais nunca substituirão as igrejas locais, mas são uma base de apoio. “A transmissão online não irá acabar com a necessidade das igrejas locais em todo o mundo”, encerra.
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